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sábado, 10 de março de 2012

"Dez Razões Para Amar"



                               Capítulo Três



“Eu não posso acreditar que estou em um restaurante de verdade, num encontro de verdade com Micael Borges”, pensei pela terceira vez enquanto observava Micael estudando o cardápio. “Obrigada meu Deus por eu não ter vestido calça jeans!”
 
Depois de quase duas horas vasculhando o meu armário (e três telefonemas para Sophia e Mel), eu tinha finalmente decidido colocar uma calça preta e um suéter azul–gelo que eu comprei no shopping duas semanas atrás. Eu tinha planejado vestir jenas, mas Sophia disse “nem pensar” e Mel concordou com ela. Mel era sofisticado, elas insistiram. E isso exigia uma roupa de verdade.
“Eu sou tão grata por ter amigas que entendem dessas coisas”, pensei, enquanto admirava a decoração do restaurante italiano.
Estávamos sentados numa mesa iluminada por velas com guardanapos de pano e taças. O nome do lugar era La Dolce Vita. Micael havia me dito que significava “a vida doce”, e certamente era como eu estava me sentindo. Lindos quadros decoravam as paredes, e a única luz que nos iluminava vinha de uma longa vela no centro da mesa.
- Esse lugar é incrível – sussurrei. Parecia errado falar muito alto lá. - Foi muito legal o seu pai ter nos trazido de carro.
Sem levantar a cabeça, ele me olhou e abriu um sorriso. Parecia que alguma coisa estava voando dentro do meu peito.
- Tinha certeza de que você gostaria – falou, e seus lindos olhos não poderiam estar mais castanhos. Seria por causa da luz da vela? Ou por causa da camisa de gola role verde escura que ele vestia? - Você já escolheu?
“Obrigada, meu Deus, por essa iluminação romântica.” Quando abaixei os olhos para ver o cardápio, uma sensação de pânico tomou conta de mim. Tive a impressão de que minhas bochechas coradas iriam denunciar que eu não conseguia entender uma palavra sequer naquela página. Eu nunca ouvira falar de nenhuma daquelas massas.
- Humm… eu não estou muito certa ainda…
- O penne vodka deles é fabuloso – ele me falou.
“Penne o quê?”. Meu conhecimento de comida italiana se resumia a espaguete e almôndegas. Mas eu não confessaria isso de jeito nenhum.
- Parece bom – disse num tom confiante. - É o que você vai pedir?
Micael assentiu com a cabeça.
- É o meu prato predileto.
- Querem fazer o pedido? – um garçom apareceu subitamente ao nosso lado.
Engoli em seco. Eu tinha um problema idiota de timidez com garçons, vendedores e caixas – eles me intimidavam completamente. Na minha primeira experiência em um acampamento de férias, eu havia passado uma semana comendo apenas as saladas do bufê self-service por que não conseguia suportar a idéia de anunciar o que eu queria na fila dos pratos quentes.
Melhorei muito com o passar do tempo, mas situações como essas ainda eram desesperadoras. Toda vez que Arthur e eu íamos em algum ligar, ele sempre fazia o pedido para mim. E nunca havia debochado por causa disso.
Mas Arthur não estava lá. E eu não podia declarar para Micael Borges que era incapaz de dizer ao garçom o que eu queria comer!
- Eu quero o penne vodka – Micael disse ao garçom entregando–lhe o cardápio.
- Muito bem – o garçom fez uma pequena anotação em um bloquinho, depois virou–se para mim. Senti um calor familiar subir pelo meu rosto. - E a senhorita?
- Perdão? – perguntei ao garçom, lançando um olhar desconcertado para Micael.
- O que a senhorita vai querer? – o garçom refez a pergunta.
- Eu quero o mesmo que ele. – falei abruptadamente, aliviada assim que ele foi embora.
- Minha família não tem o hábito de comer fora – disse sentindo que precisava explicar minha falta de jeito.
Ninguém que eu conhecia jantava fora, a menos que fosse por alguma comemoração. La Dolce Vita era o tipo de restaurante onde meus pais iriam celebrar o aniversario de casamento deles.
Micael tomou um pequeno gole de sua água gelada, que tinha uma rodela de limão no fundo da taça.
- Então, como aquele artigo sobre o sistema de água em Maryland está indo? – perguntei, ansiosa por evitar que ele percebesse o quanto eu era desinteressante.
Eu sabia que Micael estava trabalhando nessa matéria por duas semanas, além de suas tarefas regulares no Postscript.
O rosto de Micael se iluminou.
- Doug deu uma olhada no que eu já fiz e disse que eu devia enviar para o Baltimore Sun.
- Tá falando sério? – perguntei. - Uau!
- Doug disse que é um dos melhores artigos que ele já viu em nossa escola – ele franziu a testa. - É claro que não faz nenhum sentido em publicá–lo no Postscript.
Certo, o Postscript não era o Sun, mas ele não pensava realmente que o nosso jornal era imprestável… ou pensava?
- O que você escreve é maravilhoso – disse Micael, como se estivesse lendo meus pensamentos. -Para um jornal de escola não é ruim, mas…
Eu congelei por um segundo, atenta as sensações dos dedos dele; quentes, fortes e másculos, acariciando minha mão. Isso significava que ele estava atraído por mim, certo? Mesmo quando ele retirou seus dedos, eu ainda podia sentir a impressão deles sobre a minha mão.
- Você é a única do staff que escreve bem – continuou ele.
“Ele realmente tem consideração pelo meu trabalho”, eu me dei conta. E pensar que todos esses meses eu havia ficado nervosa com a opinião dele. Micael sempre havia respeitado meu trabalho! Mas eu não era a única pessoa do jornal que podia colocar uma série de frases juntas. Todos escreviam bem.
- E você já decidiu como vai abordar a pesquisa do artigo sobre o Dia dos Namorados? – perguntou Micael.
Assenti com a cabeça.
- Eu vou basear o artigo em entrevistas e observações do que acontece nos corredores da escola. Vou falar sobre o comportamento dos casais em geral, que, muitas vezes, chega a ser bastante ridículo. E por fim falarei sobre como os casais são afetados pelo Dia dos Namorados.
- Parece ótimo – disse Micael. -Mal posso esperar para ver como você vai apresentar isso.
O garçom colocou dois pratos quentíssimos com uma massa em formato de tubo mergulhado em um molho rosa na nossa frente. A massa parecia estar deliciosa e o cheiro era incrível.
Mas eu mal conseguia comer. Meu apetite havia desaparecido com essa sensação bizarra de felicidade – excitação – pânico que tinha tomado conta do meu estômago.
Era tão estranho! Todos esses sentimentos, tudo o que um simples toque dos dedos deles na minha mão podia fazer. Um leve sorriso de Micael podia fazer meus joelhos dobrarem.
“É essa a definição de sentimentalismo e melação”, eu pensei.
De repente entendi o que Arthur quis dizer quando me falou que “ se fosse sentisse aquilo por alguém, não acharia DPA´s algo tão grosseiro”.
Mas Arthur ainda estava bem errado quanto a isso. Um pequeno carinho na mão não era uma DPA. Era um gesto de bom gosto para indicar um sentimentalismo romântico.
Acabei me forçando a engolir umas grafadas de massa, que estava realmente deliciosa.
Mesmo depois de terminarmos, nenhum de nos mencionou como já era tarde ou que devíamos voltar logo para casa. Nós conversamos sobre jornalismo durante a maior parte do jantar – tínhamos muito em comum. Eu nunca conseguia conversar com Arthur ou com Mel, ou até mesmo com Sophia sobre o universo do jornalismo. Basicamente por que eu não queria deixá–los entediados. Mas com Micael eu podia falar sobre isso pro resto da vida.
O garçom pôs uma carteira de couro com a conta sobre a mesa. Micael conferiu a conta, então pegou um cartão de crédito. Ele tinha um cartão de crédito? Que sofisticado!
- É por minha conta, é claro – falou com aquele sorriso incrível. - É um prazer.
- Obrigada Micael – sussurrei. Então nos olhamos diretamente dentro dos olhos por um momento sem pronunciar uma palavra sequer. Ele era tão maduro. Tão adulto. Tão diferente dos outros alunos da escola.
E, definitivamente, gostava de mim!
- Lua, eu tenho uma proposta para você – disse.
“Uma proposta?”
- Bem, você sabe que a edição do Dia dos Namorados não vai sair antes da terça feira depois do dia dos namorados… – começou ele.
- Sei – falei, rezando para que ele não pudesse perceber que eu estava quase ficando sem ar. - Assim o pessoal do jornal pode escrever sobre o baile de sábado a noite e revelar as fotos para serem publicadas.
- Então, eu pensei que talvez nós devêssemos ir juntos ao baile – disse Micael. -Nós poderíamos fazer anotações para escrever um artigo especial sobre o baile. Um artigo anti–baile. Vai ser o máximo.
Tum–tum–tum. Tum–tum–tum. Tum–tum–tum.
Eu estava tão atordoada que mal conseguia falar. O cara dos meus sonhos estava me convidando para o baile do Dia dos Namorados. E com semanas de antecedências.
- Com o propósito de pesquisa, é claro – completou Micael.
“Propósito de pesquisa?” Isso era tão adorável. Micael achava que realmente precisava de uma desculpa para me convidar para dançar. Eu sempre havia pensado que Micael Borges era totalmente confiante. Mas agora ele me mostrava um lado da sua personalidade que eu nunca tinha visto antes. Um lado vulnerável. E era eu quem estava deixando–o inseguro.
- Ótima idéia, Micael.
Ele abriu aquele sorriso incrível e apertou a minha mão.
Micael Borges era praticamente meu namorado.
Logo que fechei a porta do meu quarto, pulei em cima da cama e comecei a soltar risadinhas compulsivamente. Na verdade, desde o momento em que eu saí do carro do pai de Micael – que me deixou em casa após o jantar – um sorriso enorme não desgrudava do meu rosto.
Risadinhas. Os mesmos sons ridículos que Sophia fez quando o Sr. Serson a elogiou. O som que sempre me causou náuseas.
Eu já havia tido outros encontros antes com outros garotos. Mas durante toda a minha história sentimental, eu nunca havia chegado em casa me sentindo desse jeito.
Era assim que as pessoas se sentiam quando estavam apaixonadas?
O telefone miou e eu agarrei a cabeça do Garfield. O telefone em formato de Garfield foi um presente do Arthur, é claro. Só ele sabia o quanto eu gostava de coisas assim. Todo aniversário e feriado ele me dava um presente de verdade e um de brincadeira, algo que fosse o mais escandaloso possível. Meu quarto era cheio dessas lembranças engraçadas do Arthur.
- Alô – falei.
- Já chegou do seu encontro dos sonhos? Surpresa, surpresa!
Tentei ignorar o sarcasmo do Arthur.
- Se você achava que eu não estava aqui, por que ligou então?
Arthur fez uma pausa.
- Eu calculei que Micael fizesse algo tão detestável que você sairia correndo aos berros. Eu só liguei para checar.
- Arthur…
- Brincadeirinha – interrompeu ele, e eu pude ouvir um tom malicioso em sua voz. -E aí, se divertiu?
- Muitíssimo – falei entusiasmada. - O restaurante era incrível! E ele me convidou para o baile do dia dos namorados! Não é demais?
- Peraí – disse Arthur. -Os dois maiores “anti–romantismo” da escola vão juntos a um baile? E justo no dia dos namorados?
- Bem, Micael e eu estamos acima dessa coisa toda – expliquei. - Nós iremos trabalhar também. Faremos uma pesquisa para o artigo que eu estou escrevendo sobre o baile, sobre como é idiota toda essa agitação.
Silêncio.
- Ah, é um tipo de trabalho? – perguntou ele, após alguns segundos sem palavras. - Então não significa que vocês vão ao baile juntos?
- É obvio que nós vamos juntos – retruquei. - Quer dizer, nós vamos dançar, beber ponche e tudo mais. Mas considerando o modo como nós dois encaramos toda essa coisa, faz muito sentido para ele agir como se estivesse me convidando apenas por razões profissionais.
- Mas se vocês dois encaram o baile dessa maneira por que você vai? Quer dizer, se vocês são tão superiores a isso? A menos que seja realmente para escrever um artigo anti–sentimentalismo, anti–baile, anti–dia dos namorados.
Silêncio. Ele estava tentando me enlouquecer?
- Bem, é lógico que é pra isso. É o nosso objetivo. Mas nós também temos permissão de gostar um do outro. E me dá um tempo, ok? Então – disse, doida pra sair do assunto “eu e Micael” -, você vai convidar Pérola para o baile?
- Se amanhã a noite tudo correr tão bem quanto eu imagino, então sim, vou convidá–la. Romanticamente, no entanto. Espero que isso não te deixe tão enjoada.
Eu gargalhei. Arthur me entedia completamente. Tudo bem, ele não gostava de Micael. De modo algum. Mas ele me entendia, me respeitava, do mesmo modo que eu o respeitava. Nós simplesmente tínhamos idéias diferentes sobre romance, era só isso. Arthur era do tipo que se expõe, sentimental. Beijando e andando de mãos dadas. Coisas doces assim. O tipo de coisa que eu sentia por Micael, mas guardava só para mim.
Eu sempre havia fantasiado que quando encontrasse o homem dos meus sonhos, ele seria exatamente como Arthur… mas eu teria por ele todos aqueles sentimentos. Aqueles sentimentos que eu nunca teria por Arthur por que ele era como um irmão para mim, meu melhor amigo desde os cinco anos de idade. E agora eu experimentava aqueles sentimentos, mas o cara não era parecido nada com Arthur.
Isso era um tanto estranho.
Não conseguia imaginar Micael me entregando um cartão do Garfield no natal. Insistindo em um concurso de comer batatas fritas. Apostando corridas comigo ao redor do quarteirão da casa. Esse era o Arthur.
Por outro lado, eu podia imaginar Micael me dando aquele livro, a coleção de ensaios da minha jornalista favorita. Mas esse também era Arthur.
- Ah! – falou Arthur repentinamente. - Quase me esqueci de te dizer… espera um segundo – ouvi o barulho de papéis sendo jogados para os lado, e pude visualizar Arthur procurando alguma coisa pelo seu quarto nada organizado. - Achei – falou. - Não perca a Convenção Anual dos Amantes de Histórias em Quadrinhos – ele leu em voz alta, com uma voz empostada. - Catorze de fevereiro no Centro de Convenções de Baltimore, da uma ás quatro da tarde.
- Legal! – exclamei. - Eu estava mesmo querendo saber quando a feira aconteceria esse ano.
A convenção de histórias em quadrinhos era uma das nossas muitas “tradições”, provavelmente a minha favorita. Arthur e eu íamos todos os anos e gastávamos horas percorrendo os infindáveis stands cheios de revistas em quadrinhos, desejando poder comprar cada uma delas. E várias pessoas iam fantasiadas como seus super–heróis favoritos. Era bem engraçado.
Apanhei meu calendário e escrevi Conv. De HQs. Dentro do quadrinho de catorze de fevereiro.
- Você tem certeza que ainda quer ir? – perguntou ele.
- Hã? – falei, escrevendo Baile Dia–Nam. Com Micael abaixo da anotação da convenção. E desenhei um pequeno coração ao redor do nome de Micael.
- Por que eu não iria?
- Alô–o? É dia dos namorados. Você ainda quer ir?
- É claro – fiz uma pausa, sem entender aonde ele queria chegar. - De novo, meu caro, por que eu não iria? Vai ser à tarde, então nós dois ainda vamos ter tempo suficiente para nos arrumar para ir ao baile.
- Ótimo, então vamos – disse ele.
Eu apoiei a minha cabeça sobre o travesseiro e o calendário sobre a minha barriga.
- Acho melhor ir dormir – disse.
- Eu também – concordou Arthur. -Amanhã eu vou te ligar antes de pegar a Pérola, assim você me ajuda a diminuir meu ataque de pânico.
- Boa noite – falei.
- Bons sonhos – falou e desligou o telefone.
Bons sonhos. Exatamente o que eu esperava ter.
Peguei o meu calendário e fitei a anotação para o dia catorze. Baile Dia–Nam. Com Micael. Uma outra risadinha saiu da minha boca.
Então me levantei espantada.
Eu havia desenhado um coração ao redor do nome de Micael. Mas quando eu tinha feito aquilo? Era exatamente o tipo de coisa que eu deveria ser contra. Exatamente o tipo de coisa que eu havia planejado ridicularizar em meu artigo anti–sentimentalismo, anti–dia dos namorados.
Estranho. Muito estranho.

Transcrição de entrevista com Sophia Abrahão.

Lua: Você tem alguma recordação especial do dia dos namorados?

Sophia: O meu feriado favorito foi na época do meu primeiro namorado, Randy Thomas, na sexta ou sétima série. Tenho quase certeza que era na sexta, por que eu estava com o cabelo mais curto naquela época. A menos que tenha sido na…

Lua: O que tornou aquele dia especial?

Sophia: Eu acho que é por que finalmente eu tinha um garoto fazendo todas aquelas coisas para mim. Você sabe, dando flores, chocolates e tudo mais. Foi na sexta série com certeza.

Lua: Então não foi especial por que você gostava realmente de Randy. Mas por que você queria todas aquelas coisas de dia dos namorados. Ok, próxima pergunta. Na sua opinião, qual o propósito dessa data?

Sophia: Ah, espera, podemos voltar para a pergunta anterior? Eu gostava dele. Gostava realmente. Fiquei tão triste quando ele me largou! Chorei por ele, tipo durante um fim de semana inteiro. De qualquer modo, o que foi mesmo que você me perguntou? Ah, tá. Eu acho que o propósito é ser um dia em que as pessoas podem demonstrar o quanto se gostam. Você sabe como os garotos costumam ser… eles não conversam sobre os sentimentos deles ou fazem coisas tão gentis freqüentemente. Então no dia dos namorados, eles devem, ou talvez podem demonstrar o que sentem. Se eles te derem um cartão piegas ou presente realmente legal e te convidarem para jantar fora, os amigos não debocham dele, por que é permitido fazer algo assim no dia dos namorados.

Lua: Então você está dizendo que não há problema em um cara agir como idiota durante o ano todo e compensar tudo no dia dos namorados? Apenas por que o cara te deu uma caixa de chocolates? Isso parece um tanto estranho, não é?

Sophia: Garotos são garotos. É assim. Por que você acha que as garotas dão tanta importância ao dia dos namorados? Por que finalmente elas podem esperam um pouco de romantismo dos seus namorados. Faz bastante sentido para mim.
 
 
 

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By : Maria Fernanda e Vithória

Recado ....

Nós (Maria Fernanda e Vithória) vamos ficar alguns dias ausente do blog , por causa da escola ..... assim que as provas acabarem voltamos ao normal ... espero que entendem :D